sexta-feira, 18 de abril de 2014

Nebraska



Vi isto ontem. Andava curioso. É de longe um belo exemplo de como o lado simples e quotidiano que toma lugar longe das estrelas e do perfume de LA pode ser a melhor arma dos criativos norte-americanos. O Midweast, por mim, seria a nova Hollywood. Isto se tudo passar a ser feito com esta sensibilidade e capacidade crítica.
Tudo é "normal" por aqui. Tudo é cómico e trágico como a vida de todos os dias. E assim é, seja no Montana, seja no Nebraska, seja em Portugal ou em Alenquer. Este retrato é diferente por uma certa indiferença. É o tal por trazer um narrativa transversal acerca da vida social capitalista nas regiões interiores dos nossos países ocidentais - neste caso no confortável Midwest.
A vida é assim: é uma relação dialéctica entra a diferença e a indiferença, entre a sanidade e a insanidade, entre o materialismo e o humanismo. É assim uma comédia negra, onde há a necessidade de retirar o mais alegre do pior. É um preto e branco figurado, onde problemas simples são guiões talentosos animados pela lentidão e necessidade destes lugares e gentes esquecidas.
PS: Mais um bom exemplo de que o cinema norte-americano não é apenas e só uma industria. Em Nebraska há uma fuga disso mesmo. Há a decadência da industria e do showoff. Faz-nos repensar o papel do cinema produzido nos países ocidentais - aquele cinema verdadeiro que fica além da película.


2 comentários:

  1. Ainda não vi o filme, mas escreveste um bom texto. Mas pelo pouco que sei deste filme, é bom saber que este se destacou no meio de tantas "máquinas de fazer dinheiro".

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  2. Não dei pela existência desse filme... Mas pareceu-me interessante, vou procurar ;)

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